Na sequência da vitória da AD – coligação PSD/CDS – nas eleições legislativas de 18 de maio, Luís Montenegro deverá novamente ser nomeado Primeiro-Ministro de Portugal. A coligação venceu sem alcançar a maioria absoluta, numa noite marcada pela colagem do Chega ao Partido Socialista (PS), que culminou na demissão de Pedro Nuno Santos.
O resultado do Chega (CH) confirma de forma clara o fim do bipartidarismo que dominou a política portuguesa nas últimas décadas. Com os votos da emigração ainda por apurar, o partido de extrema-direita poderá ultrapassar o número de deputados do PS. Já a Iniciativa Liberal (IL) reforçou a sua representação parlamentar, mas sem obter expressão suficiente para permitir uma maioria conjunta com a AD.
O novo governo terá que estabelecer acordos parlamentares para garantir a aprovação das principais iniciativas legislativas. A grande questão é se o novo governo manterá o “não é não” relativamente a acordos com o Chega. As eleições de 2025 confirmam uma reconfiguração do sistema partidário nacional, com uma perda significativa da representação da esquerda e um reforço da direita no parlamento.